Já pensou nisso?
- Dra. Ana Paula Melo
- 17 de mai. de 2020
- 2 min de leitura

Nessa quarentena as questões relacionadas à divisão das tarefas domésticas e dos cuidados com os filhos, podem estar mais evidentes.
Já recebi relatos de mães que sentem como se tivesse ganhado "outro filho" para cuidar, ao invés de um companheiro, pois além de trabalhar on-line, organizar a casa, cozinhar, pagar contas, orientar nas aulas on-line, cuidar dos filhos, precisa ficar atenta às solicitações e demandas do outro.
De fato, é cultural essa história de apenas a mãe cuidar do filho e da casa (jornada dupla ou tripla, muitas vezes). Ela vem da época em que apenas os pais trabalhavam fora. Mas hoje em dia, a grande maioria dos casais, ambos trabalham fora. E seguindo essa lógica, ambos deveriam trabalham dentro de casa também.
Naqueles casos, onde um trabalha fora e o outro dentro, é mais comum existir essa divisão. Subentende-se que um contribui com a parte FINANCEIRA da coisa e o outro com a parte ORGANIZACIONAL. Tudo bem, mas os cuidados com os filhos não deveriam ter essa divisão, pois as crianças PRECISAM tanto de um quanto de outro.
Com a recomendação do aleitamento materno exclusivo, é comum que o pai seja meio que de lado. Porém, quando existe uma harmonia, e eu ouso dizer, quando a mãe permite, o pai participa de todo o resto: dar banho, trocar fraldas, fazer dormir, e muito mais.
É uma coisa INVERSAMENTE PROPORCIONAL, isto é, QUANTO MAIS um é sobrecarregado, MENOS o outro está fazendo. Em outras palavras: se um acumula tarefas o outro acumula ociosidade.
Dividir tarefas é uma ARTE, entendo também o lado dos pais que relatam que “a mulher põe defeito em tudo” o que ele faz, fica corrigindo, reclamando ou satirizando. Eu não posso exigir que o outro faça como eu. O outro tem seu próprio jeito de fazer. E ninguém aguenta ficar sendo corrigido o tempo todo, certo?
Isso vale quando falamos de marido e mulher, mas também quando falamos de adultos e crianças. Quando envolvemos as crianças nas tarefas, temos que entender que não necessariamente elas farão exatamente igual a nós. Respeito acima de tudo!
A finalidade desse post não é para julgamentos ou para achar culpados. Pelo contrário, é para achar soluções. Soluções essas que só os membros da família poderão encontrar. Falamos muito de empatia, é a palavra do momento. Então comecemos com a empatia pata com o outro, empatia entre os companheiros.
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